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Month: Maio, 2012

InfoGraFia – TraBaLHo FiNaL

Quer seja nos cafés, no barbeiro ou no largo da freguesia, enquanto se joga às cartas ou se lê o jornal, a temática das conversas é dominada, muitas vezes, pelo futebol. As discussões repetem-se em torno de polémicas desde o primeiro campeonato, até aos dias de hoje. Fique a conhecer os números oficiais que dão o pontapé de saída para as conversas mais acesas entre adeptos.

Memória Descritiva

Criar a nossa narrativa. Refletir sobre a história que queremos contar. São palavras do professor Bruno Giesteira que funcionaram como plataforma de lançamento da nossa infografia jornalística: “uma modalidade discursiva que se caracteriza pela presença indissociável de imagem e texto numa construção narrativa, permitindo a compreensão de um fenómeno específico, como um acontecimento jornalístico, ou o funcionamento de algo complexo ou difícil de ser descrito numa narrativa textual convencional.” (Teixeira, 2009)

De facto, iniciamos o projeto com a ideia errada, ou melhor, com uma incorreta ordem dos passos essenciais à realização do projeto. Só com a orientação do professor Giesteira é que compreendemos que iniciar a realização do trabalho com a reflecção da forma como pretendemos apresentar os diferentes dados, origina um espaço de manobra restrito, cortando-nos a dinâmica e a espontaneidade. De facto, o mais importante é não esquecer que “la infografía es, ante todo, un arte funcional. Su ejercicio no consiste en encontrar estructuras, estilos, tipografías y colores que sean agradables a los ojos, sino en usar todos esos recursos para mejorar la comprensión y el análisis” (Alberto Cairo).

Assim, descobrimos que “escrever a nossa história”, ou melhor, definir qual a história que tencionamos contar é de facto o primeiro passo. Tendo sempre em conta que contamos uma NARRATIVA VERÍDICA E NÃO FANTASIOSA, NARRATIVA QUE NASCE DE DADOS E DE CRUZAMENTO DE INFORMAÇÃO, NÃO DA NOSSA IMAGINAÇÃO!

Ambos os elementos do HoMogEneous são “amantes de futebol” e foi dessa mesma partilha de interesses que surgiu o tema: Os Três Grandes do Futebol Português : Números, Polémicas e Personalidades . Seguindo as explicações e os conhecimentos de Sara Freitas e Renato Silva, encontramos neste tema a possibilidade de introduzir explicações, comparações, analisar factos continuados e desvendar detalhes que nunca teriam sido antes apresentados e analisados. Procuramos fornecer aos nossos visualizadores a capacidade de observar a evolução das conquistas do campeonato nacional e competições internacionais, tendo em conta as variáveis que, desde sempre, os adeptos referem nas enumeras discussões futebolísticas no café, no barbeiro ou no jardim da freguesia enquanto jogam às cartas. Quem de nós é que nunca ouviu as conversas em que os benfiquistas falam apaixonadamente da pantera negra, ou dos sportinguistas que se lamentam de possivelmente ter sido modificado o destino clubístico deste jogador. Impossível é também ignorar as queixas, mais ou menos brincalhonas, dos adeptos verdes e brancos e azuis e brancos quando apontam o tempo e as tendências clubísticas de Salazar aos anos de domínio benfiquista. Mais recentemente ouvem-se ainda as vozes dos que, de olhos brilhantes, sorriem ao falar dos 30 anos de Pinto da Costa, e daqueles que se exaltam quando nos recordamos do processo Apito Dourado. É neste contexto, de todos estes factos e acontecimentos, quer dos clubes, quer da nossa história como país, que nascem rivalidades e lendas clubísticas. É nesta mesma dimensão que procuramos oferecer a todos os adeptos a possibilidade de verificar, com dados verídicos e fundamentados, se todas estas dinâmicas referidas se constatam ou não. Sem tomarmos qualquer partido apresentamos apenas resultados comparados e agrupados, segundo os interesses dos apaixonados do mundo do futebol, de forma a cada indivíduo observar e tirar as suas próprias conclusões. Esta é a nossa narrativa!

Definida a narrativa iniciamos a recolha dos dados. Necessitávamos do total de campeonatos portugueses ganhos por cada clube, e de uma tabela organizada cronologicamente com cada época e o respetivo vencedor. Encontramos toda essa informação num mesmo site e iniciamos a organização da informação. Contabilizamos as vitórias do campeonato nos anos de ditadura, ou seja da temporada 1934-35 (visto que nos dois anos anteriores o campeonato português não tinha a mesma estrutura e os registos oficiais só se contabilizam a partir deste ano), à temporada de 1973-74. Seguimos este método para os 30 anos de Pinto da Costa, os anos de Eusébio no Benfica e o período do processo Apito Dourado. Recolhemos ainda dados relativos às vitórias em competições internacionais numa outra página de internet, pois consideramos que é um parâmetro importante na análise da força e do peso de um clube. Estes são “os personagens” da nossa narrativa, são os elementos que construíram a nossa história!

Estão recolhidos os dados, tempo de passar ao “papel de realizador”. Ou seja, é tempo de construir a forma como os nossos personagens principais (dados, informação e acontecimentos) se vão apresentar e relacionar. Esta é uma fase criativa mas que acarreta responsabilidades. O conteúdo tem de ser apresentado de forma correta, explicita, organizada e clara, sem no entanto perder o fator de inovação, o fator que diferencie esta infografia de outras tantas que foram realizadas no mundo do desporto. A nossa inspiração surgiu com a visualização de dezenas e dezenas de infografias jornalísticas, quer de jornais online portugueses como o “Público”, quer de jornais online estrageiros, como “The Guardian”, e “The New York Times”. No que diz respeito aos elementos infográficos, recorremos à utilização de gráficos de barras (em estilo de pirâmide) e à utilização de elementos visuais simples como a forma de um boneco, as linhas gerais de um apito e círculos, pois um dos grandes objetivos das infografias é, segundo Edward Tufte, “display measured quantities by means of the combined use of points, lines, a coordinate system, numbers, symbols, eords, shading, and color”. Estas escolhas, apostas em simplicidade resultaram também da orientação do professor que nos fez compreender que o segredo está em passar a informação de forma rápida e clara. Não devemos sobrecarregar a leitura visual dos indivíduos com informações desnecessárias à aquisição dos dados e da informação. Além do mais, não devemos correr o risco de generalizar, como por exemplo desenharmos o símbolo de uma taça para constatar as vitórias de um clube. A aposta nesta figura iria suscitar a ideia de que o clube só ganhou aquela taça em particular, daria a informação errada de que a taça sempre teve determinado aspeto entre outras possíveis lacunas (lembremo-nos do caso do desenho da mochila militar no El País aquando do atentado terrorista). Tivemos também  em atenção o cuidado que é necessário ter quando procuramos “embelezar” a nossa infografia. Como jornalistas temos de ter em conta que os dados não podem ser alterados ou viciados para que a infografia tenha um melhor design. Segundo o próprio Alberto Caeiro, em primeiro lugar um jornalista deve “estructurar la información para que resulte legible y analizable; después, escoger los artificios visuales mejor adaptados a las tareas en las que el gráfico debe auxiliar; por último —y solo por último— embellecer la presentación, pero no en el sentido de añadir adornos gratuitos. Como dice Stephen Few sobre una curiosa visualización de la Organización para la Cooperación y el Desarrollo (OCDE), lo funcional no está reñido con lo bello, siempre que lo segundo sea un recurso para reforzar lo primero”.

Na nossa infografia é também possível verificar que, embora tenhamos tido algum cuidado com a realização de uma escala apropriada à realidade, procuramos à partida, através do tamanho dos círculos (mais um elemento simples de comunicação visual, cor e linha) e do tamanho das figuras demonstrar, logo no primeiro olhar, qual o clube que vence aquela variável, qual é o conquistador de mais títulos etc., sem que fosse necessária a comparação dos números. Esta aposta na divulgação dos resultados pelos tamanhos distintos prende-se pelo necessidade de, em infografias, não cometermos o erro de colocar informação que deixe dúvidas (por exemplo: afinal qual foi o que ganhou mais taças), ou que origine dificuldades na interpretação. Porém, estas escolhas estão também relacionadas com o tema que estávamos a abordar, ou seja, independentemente de qualquer que seja a narrativa o adepto vai procurar sempre verificar “quem é o maior”, “quem é o vencedor”.

Nesta fase as principais dificuldades passaram pela gestão e organização do espaço que tínhamos no  illustrator e, sobretudo pela forma como iríamos cruzar e conjugar diferentes dados, de modo a que estes não surgissem simplesmente próximos uns dos outros em termos de espaço mas isolados em contexto. Debatemo-nos com estas questões mas lutamos para as ultrapassar com a leitura de alguns textos e de uma contínua visualização de trabalhos de diversos autores. Assim, acreditamos que conseguimos ultrapassar os obstáculos e realizar uma boa infografia jornalística. Prontinha para ser colocada num jornal desportivo português (modéstia à parte)!

Finalmente o trabalho foi colocado no nosso blog após a escrita de uma pequena introdução, ao estilo jornalístico. De forma muito resumida dissemos ao leitor da nossa página o que é que poderia ver na infografia, a possível utilidade e o fator de inovação da mesma e convidamo-lo a tirar as suas conclusões.

Estava escrita a narrativa verídica, selecionadas as personagens informativas, e desenhado todo o cenário onde a ação se apresenta, desenrola, e onde pode ser observada. Fica escrita a nossa história baseada em factos e números reais, mas deixámos para cada um de vocês, a possibilidade de fazer a sua interpretação, de tirar as suas conclusões. A possibilidade de livremente cada olhar, de cada individuo escrever a sua sinopse, de encontrar o desfecho, de acordo, ou não, com as cores (do clube) do seu coração.

AnÁliSe dE Uma InfoGrafiA

“The world is complex, dynamic, multidimensional; the paper is static, flat. How we are to represent the rich visual world of experience and measurement on mere flatland? (Edward Tufte, 1990)

Procurando transcrever este mundo complexo, dinámico e multidimensional para o papel ou computador, surgem as infografias.

Das infografias que pesquisamos decidimos selecionar a infografia que acabaram de observar e que diz respeito, passando a citar o título da mesma, aos “Passos dos líderes para salvar o Euro”. A escolha desta infografia prendeu-se pela combinação dos diferentes elementos, nomeadamente, a existência de timeline, de mapas e de uma espécie de gráfico de barras tudo em simultâneo e absolutamente interligado de uma forma simples coesa e dinâmica. Esta infografia pode ser observada no jornal público, e aconselhamos a sua consulta para que esta análise seja melhor compreendida.

Começamos por afirmar que o assunto, ou melhor a sucessão de acontecimentos e da temática que se pretende tratar, adequa-se na perfeição à utilização de uma infografia. Existe um facto continuado, nomeadamente, as constantes reuniões entre os líderes dos países da União Europeia no contexto de combate à crise, factos que envolvem percursos e detalhes curiosos. Neste sentido, de forma a descrever as dinâmicas dos encontros entre as várias personalidades políticas, realizou-se, através de um mapa e de setas, a representação de diversas viagens.

Mas não é tudo. A narrativa que pretendem transmitir passa pela seleção de cinco líderes estratégicos. O “Público” destaca as reuniões de Angela Merkel e de Nicolas Sarkozy, ditos os líderes da zona Euro e destaca também os países que estão em pior situação, Grécia, Portugal e Itália, verificando-se assim uma orientação ao leitor, uma espécie de “guião” para as possíveis constatações que cada leitor poderá retirar, sem no entanto lhe retirar a liberdade de cruzar a informação à sua maneira. Do mesmo modo, demonstra-se um cuidado com a maneira como se cruzam os dados de maneira relevante, de forma à infografia poder dar origem a leituras com interesse para os indivíduos.

Ao nível da gestão de informação podemos verificar que existiu uma organização ao nível da localização. Foram assinalados no mapa as capitais dos países que cada líder dirige, porém, verifique-se que o mapa é um elemento simples, sem grande elaboração visual. O mapa contém apenas o que é essencial: A capital dos países e líderes envolvidos e, posteriormente, a indicação, através de setas, das deslocações para as suas reuniões. Assim, o leitor não é bombardeado de elementos e informações visuais que em nada complementam a narrativa e que servem apenas para saturar a observação. Ainda ao nível da gestão de informação, assinalamos a timeline, ou seja, uma gestão temporal dos dados, que permite a quem consulte a infografia observar as dinâmicas das reuniões dos líderes ao longo dos meses, e, se pretender uma análise mais detalhada, poderá ainda ter acesso aos acontecimentos mais relevantes de caráter económico e político, dentro de cada mês.

Falamos agora da forma como se apresenta a informação. Diferentes tipos de informação exigem a utilização de elementos infográficos diferentes.

“Uno de los primeros pasos en cualquier proyecto debe ser plantase qué es lo que uno prevé que los lectores intentaran hacer con el gráfico. Queremos que comparen números? Entonces, tal vez la mejor opción sea una serie de barras.” (Alberto Cairo).

Essas mesmas considerações que devemos ter em relação à forma como devemos apresentar determinadas informações, foram constatadas na infografia analisada e estão em concordância  com os conhecimentos apreendidos nas aulas: Por exemplo: Para a divulgação do “quem” foram de facto utilizadas as fotografias dos líderes dos países; Em explicação do “onde” encontramos o mapa e relativamente ao “quanto” (números) mais uma vez em concordância com o que foi lecionado, verificamos a aposta na utilização de barras que nos permitem comparar a quantidade total de reuniões que estes políticos somaram ao longo dos meses de 2012. Portanto em concordância com a afirmação de Alberto Cairo; Finalmente, para retratar os acontecimentos ao nível temporal (quando), temos presente na infografia a timeline.                                                                       ´

Como já referimos na elaboração desta infografia estão presentes elementos visuais simples porque o trabalho de um designer passa por dar acesso a composições visuais, livres de  complexidade, descomplicando o complicado, tal como Edward Tufte  diz no seu livro ” The Visual Display of  Quantitive Information”: “What is to be sought in designs for the display of information is the clear portrayal of complexity. Not the complication of the simple; rather the task of the designer is to give visual access to the subtle and the difficult – that is, the revelation of the complex. Assim verifica-se uma ausência de complicação no preenchimento dos espaços, na cor ou nas formas. A simplicidade resulta numa imagem mais “Clean” que veicula com maior facilidade os dados e a narrativa geral que pretende ser transmitida. Ao nível da cor verificamos também uma contenção nos preenchimentos e nos tons utilizados nomeadamente no mapa e na timeline, tons neutros (cinza) que não saturam o olhar. O essencial é transmitir a informação de uma maneira inovadora e dinâmica sem perder a objetividade e o critério jornalístico.

O parâmetro em que esta infografia se destaca de muitas outras que observamos passa pela constante atualização de que pode ser alvo. A infografia não está terminada, podem ser acrescentados à timeline novos acontecimentos e novas reuniões que passaram também a constar no mapa. Esta possibilidade é de facto fascinante. Os dados vão surgindo, a narrativa continua. Porém o jornal Público peca por um certo desleixo e abandono, visto que a última modificação à infografia foi feita já no dia 30 de Março.

Finalmente apontamos neste exemplo infográfico que selecionamos, a capacidade de, através de uma observação, tirar conclusões relativamente ao líderes mais ativos no combate à crise, o local central das reuniões, os países que menos têm participado nestas mesmas reuniões sem que estas constatações nos sejam “impingidas” na leitura de um artigo de jornal.

Lembramos apenas que, apesar de apresentarmos aquilo que consideramos ser um bom exemplo de infografia, durante a pesquisa tivemos a oportunidade de encontrar algumas imperfeições noutros casos. Nomeadamente, saturação de dados, uma má hierarquização ao nível de tamanho, tratamento de dado de forma não tão adequada e a utilização de elementos visuais demasiados complexos que “distraiam” e saturavam a leitura. Porém, de facto, de uma maneira geral, existem muito bons exemplos de infografias, criativas e muitas delas de temas curiosos, que nos indicam que o futuro do jornalismo caminhará de mãos dadas com esta nova forma de dar a conhecer os acontecimentos e o mundo ao nosso leitor. Nunca esquecendo que:

“Todo buen infográfico es funcional como un martillo, ‘multicapa’ como una cebolla, bello y verdadero como una ecuación matemática” (Alberto Cairo)

InfoGraFiAS (PeSquiSa)

Infografia Jornalística

Não é possível identificar facilmente entre vários autores, o uso consensual do termo infografia. Wilbur (1998) afirma que information graphics é um termo genérico para várias formas de representação gráfica: de diagramas e interfaces até a sinalização. Hoje em dia este termo tem sido utilizado para um tipo de representação gráfica que se distingue das demais. Geralmente a maioria dos infográficos tratam informação complexa, vasta e por vezes científica, ou seja, complicada para ser escrita e compreendida em palavras e textos jornalísticos.

Atualmente, a infografia caminha de mãos dadas com o design de informação. Segundo Sue Walker (2007), o design de informação é uma atividade que se tem desenvolvido muito nos últimos anos, sendo, eventualmente, conhecida como design de comunicação. Uma área voltada para o design gráfico mas que se relaciona com a linguística e a psicologia aplicada, como a ciência da informação e outras áreas. Neste contexto, os infográficos são utilizados quando as explicações gráficas tornam mais simples e fácil a aquisição da informação.

A infografia jornalística relaciona-se ainda intimamente com dois conceitos de comunicação jornalística: A iconografia e o texto. A grande diferença está no facto de, se uma mera ilustração é considerada um elemento que não pertence ao texto e que apenas o complementa, a infografia é bem mais do que isso, ela cria uma interatividade de maneira a que, se retirarmos esses elementos iconográficos de um texto ou artigo jornalístico este vai sofrer uma grande perda do produto final. No contexto jornalístico as infografias pretendem funcionar como a grande fonte de informação e não como uma simples ilustração adicional. Muitas das vezes o texto funciona como o verdadeiro elemento adicional pois a infografia por si só contém a informação essencial e mais importante à compreensão de determinado assunto ou acontecimento.

Em pesquisa para a realização do nosso trabalho deparamo-nos com estes dois lembretes na ”folha de São Paulo” (em 1998) em relação à utilização de infografias.

1- É muito mais eficiente dividir a responsabilidade da pauta infográfica com a Arte do que passar um monte de dados e esperar que a Arte descubra o que vocês quer dizer com isso. Antes de começar a digitar um monte de tabelas converse com a Arte sobre a pauta, os dados e referências disponíveis.

2- Algumas coisas que se veem numa tabela ficam melhores num gráfico, ou num mapa (Kanno e Brandão, 1998, p.32).

Constata-se assim o início já há mais de 10 anos do “Jornalismo Visual”, “o resultado da prática de contar histórias com palavras, imagens e recursos de design que envolve não apenas habilidade, mas conhecimentos de áreas distintas para a conceção de um produto cada vez mais complexo.” (Lester 2002, p.11)

Hoje, a infografia ganha cada vez mais força e está presente nas publicações dos melhores jornais mundiais. Servindo-se das novas tecnologias e das potencialidades do design visual o jornalista tem a possibilidade de escrever a notícia de forma dinâmica, inovadora. Espera-se assim dos novos profissionais da área que dominem esta “ciência” para que se tornem uma mais valia de qualquer redação.

Ficam agora alguns exemplos de infografias recolhidas em diversas publicações online. Fontes de inspiração e de recolha de técnicas e táticas para o nosso trabalho final.

 

CoReS

CoR : PsiCoLoGiA e CULTurA

Para melhor compreendermos estas duas dimensões relativamente ao significado da cor, decidimos fazer uma pequena investigação. De facto as cores têm significados. Mas serão estes significados efetivos? Acreditamos que dependendo de cada um de nós, da nossa vivência, história de vida e cultura, os significados alteram-se. Passamos a demonstrar a nossa pesquisa realizada através de inquéritos a 7 pessoas de sexo, religião e origem diferentes.

Escolhemos 4 cores (Vermelho, Azul, Cor-de-laranja e Verde) e perguntamos quais os sentimentos, sensações, palavras que lhes vinham à memória. As respostas revelaram a existência de discrepâncias. A mesma cor tem significados diferentes em pessoas distintas.

Azul

Segundo a psicologia da cor significa: autoridade, equilíbrio, calma, limpeza, cooperação, compaixão, dignidade, liberdade, harmonia, esperança, inteligência, maturidade, paz, proteção, água.

OU: depressão, desespero, isolamento, solidão, melancolia, nostalgia.

Em diferentes culturas:

Catolicismo: Virgem Maria, Deus

Islamismo: Decoração das Mesquitas

Bandeiras: Paz, Cooperação

As respostas que obtivemos foram: Mar, paz, frio, harmonia, FC Porto, serenidade, Céu.

Como podemos observar, apesar de estarem perante a mesma cor existiram diferentes sensações, sendo que em um dos indivíduos a cor despertou um sentimento negativo (Frio), existiu ainda uma associação cultural. Um dos indivíduos associou o azul ao seu clube. Podemos ainda registar que o tom do azul também afetou as respostas. Uma das inquiridas exclamou “ Mas que azul tão claro…. Assim eu associo a algo frio!”

Seguiu-se a cor vermelha…

Vermelho

Segundo a psicologia da cor: Ambição. Beleza, charme, desejo, coragem, emoção, erotismo, energia, fogo, intensidade, amor, luxúria, paixão, romantismo, sensualidade, sexualidade.

Ou: pecado, sofrimento,  humilhação, violência, crime, mal.

China  e India: Boa sorte

Russia: Comunismo revolução

Cristãos: Natal

Espanha: Luta dos touros, flamengo

Nesta cor verificamos que, as raparigas escolheram palavras como amor, paixão, calor, sensualidade. Já os rapazes optaram por palavras como crime, sangue, terror. Portanto, associações muito positivas e associações muito negativas perante a mesma cor. Houve ainda um rapaz que, em tom de brincadeira disse “isto é uma ratoeira…. Temos de dizer que nos lembra a revolução os cravos…. Estamos quase no dia 25 de Abril”. Para este sujeito a cor associa-se a esta revolução portuguesa, está intimamente ligada aos cravos e à data histórica, dificilmente o mesmo aconteceria com alguém de outro país.

 

 

 Cor-de-laranja

Positivo: acção, ambição, apetite, mudança, celebração, dominação, energia, entusiasmo, excitação, explosão, extravagância, excitação, felicidade, diversão, saúde, terra.

Negativo, exagero, desordem, cansaço.

Cultura. Budismo- humildade, falta der desejo

China, Japão: amor, felicidade, plenitude.

Cultura Americana: Halloween

Esta foi por nós considerada a cor com mais consentimento. Em todos os nossos amigos o cor de laranja despertou sentimentos positivos como alegria, energia, diversão.

Finalmente o verde…

 

Verde

Positivo: aventura, ambiente, equiçíbrio,fertilidade, liberdade, amizadem, generosidade, boa sorte, erva, harmonia, saúde, vida, natureza, propsperidade, primavera, simpatiova, junventude

Negativo: amargura, corrupção, inveja, culpa. Veneno, doença

Islamismo: Allah

Video cores

O verde foi também um caso curioso. Cinco dos sete envolvidos responderam de imediato Esperança. De facto, associar esperança ao Verde é quase intuitivo, ouvimos isso quando falamos da nossa bandeira, aprendemos na escola, este enraizado na nosso cultura. Consideramos assim que por vezes estes conceitos da sociedade podem condicionaram um pensamento mais livre e espontâneo. Mais uma vez, existiu um rapaz que associou esta cor a uma figura, o gnomo verde irlandês que, segundo ele, aparece muitas vezes nos episódios da sua serie preferida.

De facto existem sensações que podem coincidir entre as pessoas, quando estas estão perante a mesma cor. Porém, não é uma “ciência exata”, há espaço para divergências culturais, divergências pessoais. Não podemos generalizar a definição de uma cor. Cada Ser Humano vê o mundo à sua maneira, com as suas cores, os seus tons, os seus significados, ainda que a sociedade contribua para a criação de ideias pré concebidas. Somos livres, mesmo na forma como colorimos a nossa vida.

 

CoR

Há nossa volta, se observarmos com atenção, podemos observar um mundo colorido, umas vezes mais, outras menos. A cor é o elemento que muitas vezes dá vida ao nosso mundo. O verão e as suas cores quentes, o inverno e as cores mais frias e tristes. Sem ela como seria o nosso mundo? Sem dúvida diferente e, na nossa opinião, bem mais triste.

O facto de estar presente desde sempre faz muitas vezes com que não nos demos conta da sua importância no nosso mundo, na nossa sociedade.

 

  • A cor identifica as nações do mundo através das suas bandeiras;
  • A cor diz-nos quando avançar ou parar num sinal de trânsito. Graças a ela podemos melhor organizar tráfego, criar regras a que devemos obedecer;
  • Os diversos sinais, dispersos pelas ruas, que ajudam a sociedade a aperceber-se do perigo, da necessidade de maior cuidado, neles a cor é essencial (amarelo, vermelho, laranja, muitas vezes associados a sinais de atenção/cuidado);
  • A cor do céu ajuda-nos a desvendar se levamos guarda-chuva ou se nos espera um dia lindo;

Não consegui por mais fotos porque aminha net está passada queria associar a cada ponto uma imagem

  • A cor está associada a diferentes profissões, a rápida identificação ajuda a salvar vidas. ( A bata branca de um médico, a cor vermelha dos bombeiros);
  • As diferentes raças de seres humanos no nosso mundo identificam-se através da cor. A cor da nossa pele é forte o suficiente para causar guerras por todo o mundo, para criar preconceitos, juízos de valor.
  • Nos hospitais, a cada um de nós quando visita a urgência, é associada uma cor;
  • Através dela identificamos marcas e produtos mais facilmente;

Acima de tudo existem estratégias, objetivos que através da cor podemos criar. A cor é, sem dúvida um meio importante para transmitirmos a nossa mensagem, o nosso estado de espírito.

Desde o momento em que acordamos estamos em contato com as cores: ao nos depararmos com as cores do nosso quarto, ao escolhermos a roupa para vestirmos, quando saímos vemos os muros e outdoors da cidade que nos invadem de cores, ou mesmo se ficarmos em casa; tudo está repleto de cores.

Mas, afinal o que é a cor?

Só podemos perceber as cores quando temos luz. Cor é luz. A luz emitida, seja pelo sol ou por uma lâmpada, contém todas as cores do arco-íris. A luz branca é constituída pela reunião de numerosas radiações coloridas que podem ser separadas. A cor é o resultado do reflexo da luz que não é absorvida por um pigmento. Assim podemos perceber que a cor é uma sensação provocada pela luz sobre nossos olhos. Podemos estudar as cores sob dois aspectos que estão diretamente relacionados, embora sejam aparentemente opostos: a COR-LUZ e a COR-PIGMENTO.

A Cor luz:

É mais fácil explicarmos a cor luz se pensarmos num arco-íris. Ao incidir nas gotas de água da chuva os raios da luz solar decompõem-se em várias cores. São radiações coloridas. Semelhante a um arco-íris temos um prisma comum, onde a luz branca é dividida em um espectro de cores. Essas cores — vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta — compõem o que é chamado de espectro visível da luz, que são frequências do espectro eletromagnético (“luz”) que podemos ver a olho nu. O que nos dá um total de 7 cores.
Porém, temos milhões de cores diferentes na transição de uma cor para outra. Estudos mostram a classificação das cores, são elas: primárias, secundárias e terciárias. A qual gerará o círculo cromático e diante deste teremos também as cores complementares e análogas, além de muitos outros estudos e definições.

Cor-Pigmento
O pigmento é o que dá cor a tudo o que é material. Os homens primitivos descobriam as cores pela experiência. As pinturas rupestres eram feitas com os mais variados tipos de pigmentos naturais: plantas, terra, carvão, e até o sangue dos animais que caçavam.
As técnicas de pintura desenvolveram-se  industrializaram-se e a tecnologia criou os pigmentos sintéticos. Cores “artificiais”, feitas em laboratório, mas tão intensas e belas como as cores naturais que tentam imitar. Muitas tintas industrializadas ainda são feitas com pigmentos naturais, mas já existem pigmentos sintéticos de todas as cores. Os corantes também são pigmentos. A mistura de pigmentos altera a quantidade de luz absorvida e refletida pelos objetos. Cada um reflete somente a cor que não é absorvida. Por exemplo: o pigmento amarelo absorve da luz branca as cores azul violeta, azul cian, verde, vermelho alaranjado e vermelho magenta, e reflete somente a luz amarela, que é a cor que podemos ver.

Seguindo os estudos de NEWTON, podemos classificar as cores pigmento inversamente a cor-luz, pois é assim que nossos olhos podem ver, perceber e misturar as tintas. Essa mistura de cor-pigmento é chamada de mistura subtrativa, por ser oposta a mistura aditiva que acontece com a cor-luz.

As cores aditivas são as usadas em trabalho gráfico com monitores de computador, já que, segundo vimos quando falamos dos componentes gráficos de um computador, o monitor produz os pontos de luz partindo de três tubos de raios catódicos, um vermelho, outro verde e outro azul. Por este motivo, o modelo de definição de cores usado em trabalhos digitais é o modelo RGB (Red, Green, Blue).

Todas as cores que se visualizam no monitor estão em função das quantidades de vermelho, verde e azul utilizadas. Por isso, para representar uma cor no sistema RGB se atribui um valor entre 0 e 255 (notação decimal) ou entre 00 e FF (notação hexadecimal) para cada um dos componentes vermelho, verde e azul que o formam. Os valores mais altos de RGB correspondem a uma quantidade maior de luz branca. Por conseguinte, quanto mais altos são os valores RGB, mais claros são as cores.